Pacientes com condromalácia podem praticar corrida?

A resposta para esta pergunta é sim. Contudo, alguns cuidados serão necessários para que isso aconteça e a dor no joelho não volte a incomodar. Continue lendo que trarei dicas de como isso pode ser possível.

Condromalácia patelar

A condromalácia patelar nada mais é que uma alteração da cartilagem que reveste a patela e pode estar relacionada a desgaste ou à sobrecarga local. Ela é uma das lesões mais comuns em corredores amadores e profissionais. A corrida pode sobrecarregar o joelho em até 12 vezes seu peso corporal. 

Causas

Esse desgaste já ocorre naturalmente com o passar dos anos, porém, erros de treinamento, treinos pesados diários, falta de condicionamento físico e biomecânica incorreta aceleram e intensificam esse desgaste.

A condromalácia patelar tem vários graus e pode gerar dores agudas, inflamação e dificuldade para determinados exercícios e também para correr, em alguns casos. Assim, seu tratamento vai variar conforme esse nível de gravidade.

Sinais de alerta

  • Aumento da dor durante o treino;
  • Persistência da dor em atividades da vida diária;
  • Inchaço no joelho;
  • Dor muscular associada;
  • Atrofia do músculo anterior da coxa (quadríceps).

Condropatia patelar tem cura?

Não há como reverter o desgaste articular já instalado. No entanto, há sim como controlar os sintomas dolorosos decorrentes da condromalácia patelar. Na maioria dos casos, a associação de correção postural e biomecânica, fisioterapia e exercícios para fortalecimento são a base para o tratamento. Além disso, medicamentos para controle da dor e para proteção da cartilagem remanescente podem ser interessantes.

Em todos os pacientes, exercícios para fortalecimento da região dos joelhos, quadril e core (musculatura que compõem a região abdominal, lombar e cintura pélvica) serão fundamentais para melhora do quadro. Nem sempre a interrupção da corrida será necessária durante o tratamento, desde que ajustes biomecânicos, de intensidade e de volume dos treinos sejam realizados.

Dicas para voltar a correr

– A progressão no início dos treinos deverá ser gradual e os exercícios para fortalecimento devem ser continuados, mesmo na ausência de dor.

– Treinar em terrenos macios ou esteiras adequadas e usar um tênis com bons amortecedores de impacto.

– Seguir um cronograma de treinamento de acordo com as orientações do treinador e respeitar os cuidados passados pelo ortopedista e fisioterapeuta que o assiste.

Dr. João Paulo Borges de Moraes

CRMTO 2556 | RQE 1022

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