O ombro é uma das articulações mais complexas do corpo humano. Por isso, é importante estar atento ao primeiro sinal de que algo não está bem com o ombro, que é quando há a perda de função local, ou seja, a incapacidade de realizar movimentos e atividades diárias.
Outro ponto importante e que merece atenção é a perda de força significativa nos braços.
Ela deve ser levada em conta na tomada de decisão para buscar tratamento.
Sendo assim, ao sentir perda de função local ou de força, é necessário procurar um ortopedista especialista em ombro para fazer a avaliação e indicar o melhor tratamento para cada caso.
A melhor forma de prevenção das dores no ombro é a prática regular de exercícios físicos com foco no condicionamento muscular e também no condicionamento global.
Especialista em ombro: o que ele trata?
O ombro é formado por três ossos diferentes: a escápula, a clavícula e o úmero e para compô-lo por completo, temos os tendões e músculos, que fazem parte do manguito rotador, principal responsável por permitir que os braços sejam levantados e abaixados para a realização de movimentos diversos.
O ortopedista especialista em ombro trata diversas doenças que podem incluir a tendinite, a bursite, a capsulite adesiva, a osteoartrite e os desgastes nos ossos que compõem a articulação.
Como o ombro é muito utilizado por quem pratica esportes e atividades físicas, ele pode sofrer de problemas, como deslocamentos e fraturas, que precisam ser colocados no lugar por esse profissional.
Doenças mais comuns no ombro
1. Síndrome do manguito rotador
Também conhecida como síndrome do impacto do ombro, ocorre quando há uma lesão nas estruturas que ajudam a estabilizar esta região. Os principais sintomas são:
– Dor no ombro;
– Dificuldade ou fraqueza para levantar o braço;
– Inchaço e dificuldade de colocar o braço atrás do corpo, para vestir-se ou pentear os cabelos.
Geralmente, os atletas ou pessoas que trabalham carregando peso com os braços são os mais acometidos por essas lesões, que costumam ocorrer devido a uma inflamação causada pelo desgaste, irritação ou por um impacto devido ao uso excessivo da articulação.
O tratamento da síndrome do manguito rotador consiste em repouso do ombro, aplicação de gelo e realização de fisioterapia.
Além disso, o ortopedista especialista em ombro ainda poderá indicar o uso de medicamentos analgésicos ou anti-inflamatórios. Em alguns casos de dor persistente, pode ser necessária a realização de injeções de corticóides dentro da articulação. E por fim, quando a dor não consegue ser aliviada, pode ser indicada a realização de uma cirurgia.
2. Tendinite calcárea
É um tipo de tendinite em que há deposição de cálcio (calcificação) no tendão, que pode gerar dor leve ou desconforto, semelhante à uma tendinite leve. Entretanto, de uma hora pra outra pode ocorrer uma dor muito intensa.
Não se sabe ao certo qual o mecanismo que gera o depósito de cálcio dentro do tendão, porém pode ocorrer uma tendinite prévia, associada a uma diminuição provisória da vascularização do tendão.
Normalmente, para o tratamento são recomendados analgésicos e anti-inflamatórios. Entretanto, ele pode variar de acordo com os sintomas e com a fase da calcificação.
Para o alívio mais imediato da dor, o ortopedista especialista em ombro pode indicar infiltrações no ombro, ou seja, injeções com anestésicos locais e corticóides, bem como um procedimento de lavagem da região.
Já nos casos considerados crônicos, quando não há reabsorção e os sintomas são persistentes, o tratamento cirúrgico pode ser necessário para realizar a retirada da calcificação. Essa cirurgia pode ser realizada através da artroscopia.
3. Capsulite adesiva
Conhecida popularmente como congelamento do ombro, é uma síndrome caracterizada por dor e rigidez articular fibrosa de origem capsular. Ela acomete principalmente mulheres, na faixa etária de 40 a 60 anos, e pode estar associada a outras doenças, como o diabetes.
A doença pode se dividir em primária ou secundária.
– Primária ou idiopática: quando não se identifica uma causa aparente ou associação com outras doenças;
– Secundária: quando se identifica uma possível causa ou há associação com outras doenças. Sendo assim, ela pode ser intrínseca (quando é desencadeada por lesão no próprio ombro); extrínseca (quando há associação com alterações de estruturas distantes do ombro, como lesões do membro superior, doenças e lesões do sistema nervoso central e periférico, lesões da coluna cervical com ou sem radiculopatia, doenças do coração e do pulmão; e sistêmica (quando há associação com doenças como diabetes e doenças da tireoide).
Podemos citar como os principais sintomas da capsulite adesiva:
– Dor constante;
– Limitação progressiva da mobilidade articular;
– Sudorese palmar e axilar;
– Enrijecimento ou congelamento do ombro.
O tratamento é composto, basicamente, por alongamento e, às vezes, injeção de corticosteróides e medicamentos anestésicos na cápsula articular. Em alguns casos é necessária uma cirurgia para soltar a cápsula articular.
4. Bursite
A bursite causa dor nos ombros, principalmente durante a realização de certos movimentos como abdução, rotação externa e elevação do membro superior.
Diversas são as causas da bursite subacromial, entre elas:
– Atividade excessiva;
– Hiperabdução prolongada;
– Ruptura do músculo supra-espinhoso, infra-espinhoso ou porção longa do bíceps;
– Luxação acromioclavicular;
– Fratura do troquiter;
– Irritação por osteófitos;
– Aderência;
– Paciente crônico no leito;
– Alterações e inflamações no geral.
O diagnóstico da bursite é realizado por um ortopedista especialista em ombro, por meio da avaliação clínica e exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética computadorizada.
O tratamento inclui repouso, gelo e indicação de analgésicos. Raramente a cirurgia é necessária.
Caso tenha se identificado com algum dos sintomas ou esteja em busca de maiores informações sobre o assunto, busque por um ortopedista especialista em ombro.
—
Dr. Gustavo Machado Vasconcelos
CRMTO 1582 | RQE 729